quarta-feira, 23 de maio de 2012


Um Pouco de Mitologia Nórdica

A Mitologia Nórdica diz respeito aos povos que habitaram nos tempos pré-cristãos, os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da Islândia. Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha, que foi a grande divulgadora da riquíssima cultura dos nórdicos. Com a expansão das navegações vikings, esta difusão acentuou-se ainda mais, indo alcançar também os povos de língua inglesa e deixando sua marca até na própria denominação dos dias da semana destes países (Thursday, por exemplo, é o "dia de Thor"; e Friday, "dia de Freya" e etc.).
No século XIII (cerca de trezentos anos após a conversão da Islândia ao cristianismo), o islandês Snorri Sturluson (1179 - 1241) codificou grande parte destes mitos no livro Edda em Prosa. Nesta obra, o poeta e historiador islandês, registrou algumas das principais lendas relativas aos deuses e heróis dos tempos pagãos que recolheu em suas andanças por todo o país. Acrescentou também um extenso tratado de arte poética, onde ensinava a métrica e o elaborado sistema de metáforas dos escaldos (poetas que difundiam, oralmente, as antigas lendas).
Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a riquíssima mitologia nórdica inspirou a criação de muitas obras, como a do escritor inglês J. R. R. Tolkien, que foi colher na mitologia escandinava o fundamento básico de seu fantástico universo literário.
Existe uma lenda que diz que Odin o deus dos deuses ficou pendurado de cabeça para baixo em uma arvore sagrada (Yggdrasil – a arvore da vida), em Asgard, por nove dias e nove noites, sofrendo muito, apesar de ser imortal. Quando a sua resistência estava para findar, ele viu as runas no chão, desvendou seus mistérios, e os revelou aos mortais. Segue o poema que Odin recitou enquanto estava preso na arvore da vida:

“Sei que fiquei pendurado naquela árvore fustigada pelo vento,
Lá balancei por nove longas noites,
Ferido por minha própria lâmina, sacrificado a Odin,
Eu em oferenda a mim mesmo:
Amarrado à árvore
De raízes desconhecidas.
Ninguém me deu pão,
Ninguém me deu de beber.
Meus olhos se voltaram para as mais entranháveis profundezas,
Até que vi as Runas.
Com um grito ensurdecedor peguei-as,
E, então, tão fraco estava que caí.
Ganhei bem-estar
E sabedoria também.
Uma palavra, e depois a seguinte,
conduziram-me à terceira,
De um feito para outro feito.”

História das Runas

As runas tiveram seu inicio com os povos Nórdicos. Esses símbolos na verdade são letras que os povos antigos usavam como alfabeto. Por volta de 150 a.C. à 250 a.C. uma tribo germânica estabeleceu o sistema fonético conhecido como FUTHARK derivado das seis primeiras runas.
Diz se que antes mesmo de conhecer a escrita, os povos antigos já utilizavam as runas para fazer previsões, e são umas das primeiras formas da arte da adivinhação e magia. As guerras e acontecimentos de grande importancia eram decididos no ato de jogar as runas.
Os xamãs que utilizavam as runas eram conhecidos como, “Os Praticantes de Runemal”, que sacudiam a bolsa de couro que continham as pedrinhas e jogavam no chão interpretando os seus significados, através dos seus símbolos. Essa era a forma primitiva de jogar runas.
Utilizavam-se discos ou palitos de madeira, metal e até mesmo couro na fabricação do oráculo. Alguns dos Runemal desenhavam os símbolos com o próprio sangue ou de animais sacrificados.
Foi por volta de 117 d.C. que as runas chegaram ao Ocidente, trazidas por aventureiros e comerciantes, que espalharam esse método.
A própria raiz da palavra Runa, o "ru", em língua germânica arcaica, é sempre ligado a segredos e mistérios ou a algo muito confidencial. Runa em alemão arcaico tem o mesmo significado que "raunen" em linguagem atual e quer dizer sussurrar ou confidenciar. O "roun" dos escoceses antigos e o "rún" da Islândia tem a mesma conotação, sempre associado a mistérios e segredos. Runwita era um sábio ou conselheiro do rei, conhecedor de todos os "segredos".
As runas são como uma chave para o acesso ao subconsciente. Todo ser humano possui certo grau de vidência, que na maioria das pessoas não o despertaram. As formas de adivinhação fluídicas ajudam a despertar a natureza psíquica de cada um. A mente subconsciente trabalha melhor com símbolos e imagens do que com palavras. Quanto menor o número de símbolos empregado por um sistema divinatório, mais fácil é para que a mente consiga fazer associações. Ao adivinho resta utilizar a sua intuição para desvendar os significados.

O Jogo das Runas


O Significado das Runas
Runa
Significado
Winn ou Wonjo
Realização em todas as áreas principalmente nos assuntos profissionais. Viagem.
Geofu ou Gebo
Harmonia, concórdia, todos os assuntos que dependem de outros para se concretizar, equilíbrio mental e físico.
Ken ou Kano
Proteção de valores, bem estar físico, autoconfiança, positivismo, inicios recentes, estabilidade nos relacionamentos.
Rad ou Raido
Segurança, conforto, viagens, Satisfação em todos os assuntos ligados a transporte.
Ansur ou Ansuz
Educação, comunicação, aprendizado, conhecimento, debates, discuções, confiança em exames, entrevistas e testes.
Thorn ou Thurisaz
Sorte e proteção, situações que não se tem como mudar por não estar nas próprias mãos.
Ur ou Uruz
Novidades. Situações inesperadas.
Feho ou Fehu
Aumento de riqueza, propriedades, consolidação de relacionamento.
Sigel ou Sowelu
Saúde, força física, pensamento claro, autoconfiança.
Eolh ou Algiz
Proteção contra pensamentos maus, e atividades alheias.
Peorth ou Perth
Heranças, investimentos, especulação, encontro de coisas perdidas. Segredos.
Yr ou Eihwaz
Proteção, remoção miraculosa de obstáculos, sucesso, defesa.
Jara ou Jera
Colheita, fama honrarias, promoções.
Is ou Isa
Congelar, preservar, manter as coisas como estão.
Nied ou Nauthiz
Prudência, cautela, cumprimento de objetivos a longo prazo.
Hagall ou Hagalaz
Rompimento, surpresas desagradáveis.
Othel ou Othila
Posses, herança de parente distante, morte física.
Daeg ou Dagaz
Progresso financeiro, mudanças de atitude, novas resoluções, reavaliação de um ponto de vista.
Ing ou Inguz
Fertilidade, nascimento, novidades chegando, celebração como casamentos ou batizados, vitória alcançada.
Lagu ou Laguz
Assuntos psíquicos, intuição aflorada, imaginação, Viagem longa.
Mann ou Mannaz
Atividades em grupo, engenhosidade mental, progresso para um bem maior.
Eoh ou Ehwaz
Movimento rápido, mudanças de casa, novidades.
Beorc ou Berkana
Fertilidade, gravidez, procriação, idéias novas, assuntos domésticos, família. Nascimentos.
Tir ou Teiwaz
Aventuras na vida, coragem para enfrentar obstáculos, saúde.
Wird ou Odin
Tudo o que não pode ser modificado, está nas mãos do destino.
 Magia com Runas
        A magia rúnica básica consiste em atrair as propriedades de uma runa ou de uma combinação delas para quem a utilizar. Os símbolos rúnicos podem ser utilizados para proteção, infundir poder a objetos, e direcionar pedidos, energizar ambientes em forma de mandala, em curas físicas e espirituais, encantamentos, amuletos e talismãs. Na antiguidade era comum o uso desses símbolos gravados nas portas das casas, em escudos e espadas de guerreiros, canecas e objetos pessoais. Os símbolos rúnicos estão diretamente ligados à Astrologia, portanto podemos unir esse conhecimento, utilizando os metais, cores e pedras para potencializar a energia que queremos atrair.Para fazer uso desses poderes não é necessária muita maestria, já que é uma das formas mais simples de magia natural. Pode-se:
· Escrever com grafite o símbolo em papel branco e acrescentar o pedido;
· Escrever e guardar na carteira símbolos de prosperidade;
· Escrever símbolos de saúde e força e colocar no leito de pessoa doente;
· Visualizar símbolos que atraiam o que se deseja no preparo de poções e encantamentos e até da
ccomida que se cozinha para a família;
· Desenhar símbolos rúnicos de amor e afetuosidade em mandala e coloca-lo no quarto do casal;
· Gravar símbolos de fartura em colheres de pau e utilizar na cozinha;
· Gravar símbolos de magia e conhecimento em materiais utilizados para encantamentos;
· Gravar o símbolo de proteção em objetos pessoais como, anéis pingentes, caixas onde se guardam
ppapéis importantes;
· Desenhar símbolos em velas antes de acendê-las;
· Desenhar os símbolos de proteção no ar antes de sair para o trabalho.
Existem também algumas Ordens Misticas (como a Gnosis) que usam os simbolos rúnicos como exercício físico(se assemelha com o tai chi chuan), que através dos movimentos do corpo formando os simbolos, alcança-se um equilibrio energético.



sábado, 17 de março de 2012

O que é a Tenda da Lua?

A tenda da lua é o lugar da mulher...


"É lá que as mulheres se reúnem durante seu período menstrual para ficarem juntas e se sentirem em sintonia com as mudanças ocorridas em seus corpos.”


Em muitas tradições antigas o tempo da Lua é considerado um tempo sagrado da mulher, durante o qual ela é honrada como sendo a mãe da energia criativa. Durante esse ciclo, ela deve liberar-se das energias antigas que seu corpo vinha carregando e preparar-se para a religação com a fertilidade da Mãe Terra, da qual será portadora durante a próxima Lua ou o próximo mês.
Nossos ancestrais sabiam o quanto era importante permitir que cada mulher pudesse se aprofundar em seu espaço sagrado durante esse momento de religação, pois as mulheres eram portadoras da abundancia e da fertilidade. As mulheres eram mães; davam continuação à Tribo tendo filhos, traziam fertilidade às lavouras graças à sua conexão com a Mãe Terra e abrigavam os sonhos da Nação em seus ventres até que esses sonhos se tornassem realidade. Durante a sua Lua, elas eram estéreis e não podiam conceber, esse era seu período e descanso.
Ninguém impedia que uma mulher fizesse seu retiro durante o Tempo da Lua. Impedir seria um gesto perigoso da parte e qualquer membro da tribo. Insistir em quem uma mulher continuasse a cumprir com tarefas ou deveres familiares equivalia a interromper o seu ciclo de religação com a Terra.
Dentro da tradição nativa cada estagio de crescimento de uma mulher é explicado às meninas que estão em fase de crescimento. O ensinamento começa antes do primeiro fluxo menstrual e é marcado pelos ritos de passagem. Cada mulher da tribo tem a honra de se tornar parte da energia criativa. Cada uma delas deve aprender a reconhecer o Ciclo da Lua à medida que vai sendo preparada para se tornar uma tecelã das marés, à semelhança da sua Avó Lua. Cada uma aprende a respeitar o corpo e as próprias necessidades. A cada menina é transmitido o conhecimento do que significa ser mulher, à medida que ela vai sendo preparada para assumir seu papel entre as outras mulheres da tribo. Nesta fase de aprendizado incluem-se as tarefas normais de mulher e esposa, além do artesanato, do desenvolvimento da criatividade, do uso da intuição e do desenvolvimento de qualquer dom e habilidade pessoal. Temos ainda o conhecimento das cerimônias e de rituais, a ajuda no nascimento de bebês, além da utilização dos seus dons de cura e de seus totens pessoais.
Durante seu Tempo de Lua as mulheres não tinham permissão de preparar comida, dançar, participar de cerimônias ou partilhar qualquer atividade vital com os homens. Muita gente hoje costuma interpretar erradamente este costume. Essa tradição teve inicio porque as mulheres precisavam se reabastecer de energia durante o seu período estéril. Considere o alivio que um retiro destes poderia proporcionar a uma mulher moderna e também à sua família, que é obrigada a conviver mensalmente com suas mudanças de temperamento. Considerava-se um direito da mulher retirar-se para receber alimentação e os cuidados da Mãe Terra, assim como ela própria tinha cumprido com sua responsabilidade de cuidar bem dos outros durante o resto do mês.     


Para que velhas feridas cicatrizem de maneira eficaz e criativa, está na hora de as mulheres utilizarem a ideia da Tenda da Lua e se refugiarem da santidade da fraternidade.

As mulheres precisam aprender a amar, a compreender e, desta forma, curar umas às outras. Recolher-se e assimilar os sentimentos que as experiências da vida criam é muito saudável.


Trecho do livro “As Cartas do Caminho Sagrado” de Jamie Sans